O terceiro setor está passando por mudanças, assim como o resto do mundo. Mas você sabe qual é a situação atual do terceiro setor? O que esperar do futuro?
Existem estudos que analisam a situação do terceiro setor. No Brasil as duas pesquisas principais são a Fasfil – do Instituto de Geografia Aplicada (IBGE) – e a OSCs – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Os estudos não são liberados todos os anos. Entretanto, as análises têm sido feitas de forma regular. Mas os dois apresentam dados divergentes. Você sabe qual o motivo disso?
O fato de que os dois institutos responsáveis pelos mesmos tendem a fazê-los com metodologias diferentes.
O que são Fasfil?
A Fasfil é a pesquisa Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos. Lançada pela primeira vez em 2004, o último estudo da Fasfil – a nova fasfil – teve seus dados revelados no ano de 2019.
A Fasfil atua nos seguintes grupos:
- Habitação;
- Saúde;
- Cultura e recreação;
- Educação e pesquisa;
- Assistência social;
- Religião;
- Partidos políticos;
- Sindicatos, associações patronais e, além disso, profissionais;
- Meio ambiente e proteção animal;
- Desenvolvimento e defesa de outros direitos;
- Outras instituições privadas sem fim lucrativo.
O que é OSCs?
OSCs é o Mapa da Organização das Sociedades Civis. A OSCs é um setor distinto do mercado e da sociedade civil, mas que, por ter conexão com ambos, acaba se aproximando dos dois lados.
Em 2016 foi criado o Mapa das OSCs pelo governo federal – na época presidido por Dilma Rousseff. E, desde então, vem surgindo estudos que mostram as situações das organizações brasileiras.
As diferenças de metodologia
Os dados da Fasfil são analisados a partir dos dados do Cadastro Central de Empresas do IBGE. Enquanto isso, os dados da OSCs são colhidos a partir do Cadastro Nacional de Informações Sociais do Ipea.
Muitas pessoas tendem a considerar a Fasfil mais confiável do que o Mapa das OSCs. Mas por qual motivo isso acontece?
Justamente por causa da entidade que fornece os dados para cada uma das pesquisas. Enquanto o Cadastro Nacional de Empresas faz atualizações de dados anualmente e, além disso, conta com a fiscalização dos agentes do IBGE, o Cadastro Nacional de Informações Sociais costuma usar muitos dados online e atualizações das próprias empresas.
O que a nova Fasfil nos revela sobre o terceiro setor
Basicamente a Fasfil nos mostra que o número de associações e de membros têm diminuído de forma considerável com o passar dos anos. Pois, os dados nos mostram que:
- De 2010 para 2013 nós tivemos um recuo de 16,5% no número de associações no Brasil;
- De 2013 para 2016 a queda foi de 14%.
As maiores associações estão atuando nas áreas de religião, desenvolvimento e defesa de direitos, associações patronais e profissionais e assistência social.
Entretanto, por mais que o número de associações tenha caído, o número de pessoas trabalhando para essas empresas cresceu nos últimos anos. Inclusive, a maioria dos funcionários eram do sexo feminino. Entretanto, o salário das mulheres se manteve inferior ao dos homens.
As associações que mais empregam são aquelas relacionadas à área da saúde, seguido de educação e pesquisa. Enquanto isso, a área que menos emprega é a religiosa.
Além disso, a nova Fasfil nos revelou dados geográficos a respeito das instituições. Quase metade delas estão localizadas na região sudeste:
- Sudeste (48,3%);
- Sul (22,2%);
- Nordeste (18,8%);
- Norte (3,9%);
- Centro-Oeste (6,8%).
Vale lembrar que, por mais que os dados tenham sido divulgados em 2019, eles foram colhidos no ano de 2016.
Mas o que isso nos mostra sobre o terceiro setor?
Uma grande questão é o fato de que não há mais a obrigatoriedade da contribuição sindical. Isso fez com que o número de membros caísse e, consequentemente, o de associações e sindicatos.
Portanto, uma associação que quer se destacar precisa trabalhar ainda mais para conseguir membros. Ou seja, manter os antigos e garantir que a cada ano entrarão mais pessoas.
Por isso, se você é responsável por uma associação precisa estar de olho nas novas tendências de mercado e nas tecnologias que já existem. Como ajudar a sua associação? O que atrai os membros? O que faz com que as pessoas gostem de estar na sua associação?
Se você conseguir responder a esses questionamentos e, além disso, aplicar as soluções, a vida se tornará mais fácil. Portanto, não deixe de estudar, pesquisar e de confiar no seu time.